Regiao Sul Fluminense

Barra Mansa

A retirada do Pátio de Manobras do Centro de Barra Mansa é um desejo da população há mais de 70 anos. E é por causa dessa longa espera, que nem mesmo os fatos de a verba já ter sido liberada e a licitação, realizada, têm sido suficientes para que a população acredite que dessa vez o empreendimento saia do papel.
Embora admitam que nunca houve tanta motivação política para a realização da obra, que só na primeira fase está orçada em R$ 50 milhões, os moradores ainda se dizem descrentes de que o projeto será colocado em prática. Esse é o pensamento do mecânico Aparecido Gomes, morador do bairro Cotiara.

- Antes de 2010 não sai. Essa obra ainda vai render muita promessa de campanha. Se sair será só depois das eleições. Isso se sair, porque eu já não acredito mais, mas vamos ver - afirmou ele.
A moradora do Morro do Cruzeiro Natália Rodrigues é outra que diz que, mesmo com a proximidade da eleição, não acredita que a obra possa ser acelerada. "Sinceramente, não sei se essa obra começará tão cedo. Esperança o povo de Barra Mansa sempre tem, mas acreditar que vai sair é difícil. Acho que a eleição não vai motivar a saída da obra", opinou.
Quem também afirmou que já perdeu as esperanças em relação ao prazo de início da retirada do Pátio de Manobras foi o pedagogo Marcelo Antônio. Para ele, que mora na Vila Independência, a população já está desmotivada com as promessas. Então, segundo ele, "se eu ouvir mais alguma coisa em relação ao Pátio nas eleições, vou ignorar".

- Os políticos podem até afirmar que sairá antes, mas o povo sabe que não vai ser assim. Até acho que tenha havido esforço, mas pelo jeito antes das eleições nada vai acontecer - avaliou.
No entanto, há uma pequena parcela da população que, mesmo não acreditando que a obra saia até 2010, espera que ela ainda aconteça. É O caso da recepcionista, Mara da Silva Freire. "2010 está muito perto. Acho que até lá não deve acontecer nada. Mas sei que o dinheiro já foi liberado. E sendo assim, o povo vai cobrar as obras. Agora não tem mais jeito", disse.
Um pouco mais otimista também está o comerciante Márcio Guedes. "Dessa vez sai, sim. O governo vai conseguir. Eu ainda acredito", disse ele.

Roosevelt e Inês Pandeló dizem que esperança ‘é grande'

Na contramão da maior parte da população, o ex-prefeito e coordenador de Captação de recursos da prefeitura de Barra Mansa, Roosevelt Brasil (PMDB), e a deputada estadual Inês Pandeló (PT) disseram que estão esperançosos quanto à possibilidade de as obras começarem ainda este ano.
Para Roosevelt, os maiores empecilhos para a realização da obra, já foram superados. "Um dos desafios que tínhamos era a elaboração do projeto, etapa que foi feita em comum com a população. Depois, passamos pelas audiências públicas, conseguimos convencer o governo Federal da importância da obra para a cidade, fomos o primeiro município a entregar o projeto para que pudéssemos ser beneficiados pelo PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e, finalmente, depois da liberação do recurso, licitamos a obra. São avanços que não podemos ignorar", lembrou.
De acordo com Roosevelt, é normal que a população se manifeste com desesperança, pois, segundo ele, todo o processo tem sido muito demorado, mas o coordenador afirmou que para o início das obras falta "apenas" uma conciliação entre Dnit e Ministério Público.

- Toda a questão independe da vontade política neste momento. O impasse é agora judicial entre o Dnit (Departamento Nacional de Infra- Estrutura Terrestre) e o Ministério Público. Este último alega que em Anízio Brás há uma área de alagamento que inviabiliza a ampliação da linha. A defesa é que a linha já existe e nunca ocorreu nenhum problema no local. Acreditamos que o Ministério será sensível à questão e aprovará a obra, que nunca esteve tão perto de acontecer- disse.
Essa conciliação entre Dnit e Ministério Público também é o que espera a deputada estadual Inês Pandeló. A parlamentar, assim como Roosevelt, admitiu ter esperanças que a obra seja iniciada antes de 2010, mas ela afirmou que é uma previsão otimista já que o processo é judicial. "Tudo agora depende da avaliação da Justiça. Como deputada eu tenho feito além das minhas possibilidades para tentar garantir que o processo seja adiantado, mas temos noção de que os passos são complicados. O que temos que pensar é que passamos pelo mais difícil: verbas, projetos, licitação e licenças. O que aguardamos é que o MP saiba que o transtorno é o impacto que o Pátio vem causando todos esses anos para a população", afirmou ela, completando: "Esperança eu tenho desde o início, mas certeza que saia este ano não posso dar", finalizou.



Empresa que ficou em segundo lugar na licitação deve se posicionar esta semana

Apesar de já ter havido a licitação da obra, há cerca de um mês a empresa que venceu a concorrência desistiu do empreendimento. Diante da situação, a Integral Engenharia Ltda, que ficou em segundo lugar, terá que informar esta semana se ficará ou não com a obra.
Conforme informou Roosevelt Brasil, a Integral já havia se posicionado no sentido de manter o interesse, mas terá como prazo a próxima semana para avaliar a situação e dar sua resposta definitiva.

- Diante de algumas conversas que a empresa manteve com a prefeitura, houve a sinalização de que ela ficará com a obra. Caso contrário, o que creio que não deve acontecer, teremos que contatar a terceira colocada - explicou.
A deputada Inês Pandeló informou que deverá haver um estudo sobre os preços, já que se comparados ao período em que houve a licitação, algumas alterações podem modificar os primeiros valores do empreendimento. "Acredito que não vai haver problema com a segunda empresa. Eles devem fazer um novo cálculo, mas nada que deva alterar a contratação", previu.
A deputada disse ainda que já teria tido notícias de que o Dnit já teria enviado na última quarta-feira os relatórios para a Vara Federal de Volta Redonda, respondendo aos questionamentos do Ministério Público e disse que nos próximos dias poderá haver novidades sobre a liberação das obras./

Fonte: Diario do vale